Fórum EUROPACOLON
| Tópico - Testemunho - Agostinho Luís Barreiros |
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Agostinho Luís Barreiros, |
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| Começo por apresentar cumprimentos a todos os que já escreveram o seu testemunho pessoal, e áqueles que os leram, ao mesmo tempo que desejo que os seus receios se tenham dissipado, que tudo esteja normal nas vossas vidas ou dos vossos familiares. Aos quarenta anos comecei a preocupar-me com os sintomas ( cólicas) que ia sentindo mais frequentemente e que já não eram novos para mim, mas como tinha uma vida profissional muito exigente, deixei para último lugar a minha saúde; até que um dia apareceu sangue nas fezes; fui ao médico e durante a consulta chegou á brilhante conclusão que devia ser um problema hemorroidal;(deitou-se a adivinhar!) alguns conselhos alimentares, dietas e mais nada... 1º Conselho - Nunca se fiem nisso; exijam exames (colonoscopia) e análises; para isso é que os Serviço de Saúde existe. Decorreu muito tempo, os sintomas não desapareciam e eu próprio marquei uma consulta para um Especialista que , perante os sintomas me consultou de imediato. 2º Conselho - Não tenham medo do toque rectal; é uma falsa questão, ás vezes baseada em "machismos" obsoletos... Toque rectal e passadas duas semanas, uma biópsia,( recolha de tecidos) na área afectada e envio para o Dr. Daniel Serrão - Porto; a resposta não se fez esperar e confirmou os receios do Dr. Caldas- Viseu. Uma saudação e agradecimento muito especial aos dois médicos, que não esqueço. Apresentadas as análises ao médico de família, que ficou surpreendido, foi correr para outro médico que me emcaminhou para o IPO de Porto. Após diversas consultas, exames, análises, etc, chega o dia da Consulta de Grupo e foi-me colocada a necessidade de ter que ser operado, tinha que ficar ostomizado e o ânus iria ser removido, pois o Cancro tipo Anel de Sinete estava localizado no esfincter. Se há momentos de desânimo, este foi um deles..., mas tive que levantar a cabeça e dar o O.K. As inumeras perguntas formuladas ao sub-consciente, não tiveram resposta; era preciso ultrapassar isto e quanto mais depressa melhor. 3º Conselho - Não vale a pena chorar; é importante reagir! A operação foi marcada para 03 de Fevereiro de 1998 e seguiu-se o internamento de dez dias e outros dez de convalescença; foi um mês de ausência do trabalho, sem qualquer redução salarial. A gratidão nunca se esgota nem apaga... Comecei a trabalhar, e como uma das minhas funções era abrir a porta aos colegas, ás sete, asssim foi, até á fase da quimioterapia e radioterapia e a necessidade de me deslocar ao Porto, durante todos os dias da semana; abrir de manhã, sair ás 11.00 e regressar ás 17.00 para fechar ás 21.30 e regressar a casa; este percurso foi efectuado, nesse ano, perto de oitenta vezes, para as diversas finalidades... 4º Conselho - Se for possível, manter a nossa função no trabalho; sentimo-nos úteis, pensamos no assunto o menos tempo possível e recusamos ser tratados como "coitadinhos". O meu caso foi diagnosticado como de origem genética, pois tinha havido familiares ascendentes com cancro; a minha mãe tinha falecido o ano anterior, já eu tinha sintomas; pediu-me muitas vezes para tratar de mim e deixar o caso dela, mas isso não aconteceu, nem poderia acontecer... 5º Conselho - Quando há ascendentes familiares com cancro, devem ter especial cuidado; não ter receio dos exames é regra de ouro; mais tarde, pode ser tarde. Os anos decorreram com relativa normalidade até 2008, ano em que deixei de trabalhar; para trás ficou um mundo de recordações, muito trabalho, muito orgulho (no bom sentido) do dever cumprido. Mais um exame anual de rotina, sempre a tirar pólipos (era á dúzia de cada vez) e surge mais um episódio: O médico sugere retirar o intestino grosso,pois pode acontecer que fique um pólipo não visto e ele nos pregue uma partida...A Idade não perdoa. Tenho ido fazer exames, ontem estive na medicina nuclear e dia 26 de Janeiro é o dia D, senão houver adiamentos... A confiança na equipa médica do IPO, é 100% e a Fé em Deus, também; é infinita... Uma palavra de apreço á Equipa da Europacolon, na pessoa do Engº Victor Neves. Nesta área, tenho falhado aqui na zona de Viseu, mas se tudo correr bem, vamos agarrar esta área em termos de informação, que é o que faz falta; o resto é com os médicos... As cenas dos próximos capítulos, só depois de vir do Porto, para Viseu. Bem-hajam ( como se diz aqui) por terem lido o meu testemunho, escrito de improviso e deixando ao coração a responsabilidade de bater as teclas. Agostinho Luís Barreiros |
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| 05-01-2010, 14:16 | ||
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